Uma semana depois de ter perdido o filho em um acidente de ônibus, o pai de Aleksandro abre a mala que o filho levava no dia da tragédia e vê com lágrimas nos olhos os pertences pessoais do cantor.
Airton Correia deu uma entrevista ao G1, onde relatou que o filho tinha na bagagem uma garrafa térmica, para levar a água do seu tereré, um colete verde musgo, que o cantor usou num dos últimos shows, e também uma toalhinha branca que enxugava o suor do filho nos shows. O mais emocionante dos itens é a garrafa térmica com o nome Aleksandro estampado.
Segundo seu Airton, o filho e sua garrafa térmica eram ‘amigos inseparáveis’. Para todo lado, Aleksandro levava a cuia do tereré – bebida típico do Mato Grosso do Sul e do Paraguai – e a garrafa térmica com a água gelada. Para quem não sabe, o tereré é a mesma coisa que o chimarrão dos gaúchos, uma bebida com erva-mate, mas que se bebe gelada.
O pai comentou que o colete verde ainda guardava o cheiro do perfume do filho e que não irá lavar a vestimenta: será emoldurada como lembrança de Aleksandro. Todos esses itens eram usados sempre nas apresentações, inclusive a mesma toalha branca.
Na entrevista, o pai do cantor relembrou a história de vida de Aleksandro, contando que ele quase foi jogador de futebol, judoca ou nadador. Seu Airton lembou os tempos de criança do filho, o início da fama e toda a sua trajetória musical como cantor sertanejo.
O cantor cresceu na região de Dourados (MS), que é segunda maior cidade do estado. Segundo o pai, a infância do cantor foi sempre rodeada de bois. “Ele amava o meio rural, adorava vestir bota, chapéu, andar a cavalo”, contou.
O progenitor disse ainda que não sabe de onde saiu essa veia artística, pois ele tinha apenas um tio distante que era também cantor. O homem relembrou que, antes de seguir a carreira musical, ele se interessou pelo judô, depois quis ser jogador de futebol e, por último tentou seguir carreira na natação. Segundo ainda o pai, o interesse pela música surgiu quando lhe deu de presente um violão aos 13 anos.
“Ele foi um pouco de tudo, mas a música foi mais forte”, afirmou o pai de Aleksandro. “Primeiro, ele começou tocando em barzinhos e depois ganhou o Brasil”.
No entanto, o pai do cantor disse que exigiu o filho que fizesse uma graduação antes de tentar a carreira na música, pois acreditava que ter um curso superior poderia ser uma garantia, caso a vida de cantor não desse certo. Por isso, Aleksandro se formou em Agronomia.
A carreira começou ao lado de Conrado em 2003, quando a dupla começou a tocar nos barzinhos da região. Mas as apresentações começaram a ter mais público, mais aglomeração e a carreira do filho deslanchou, disse seu Airton com um sorriso nos lábios.
Segundo o pai, o filho era muito brincalhão, gostava de fazer piadinhas com os amigos e familiares, O seu prato preferido era a macarronada, mas havia descoberto o churrasco há pouco tempo, se tornando sua nova paixão.
O pai do cantor ficou sabendo da morte do filho pelo outro filho, irmão de Aleksandro. Contou que, quando ficou sabendo, dirigiu 700 km de carro até Londrina, onde se realizou o velório.
Aleksandro deixa a esposa Tatiele e três filhos, Ana Luiza, de 12 anos, Noah, de 8 anos, e Maya de apenas 1 ano, além dos milhares de fãs pelo Brasil afora.