Day McCarthy é condenada por racismo e deve pagar mais de R$ 500 mil a Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank
A influenciadora digital Dayane Alcântara Couto de Andrade, conhecida como Day McCarthy, foi intimada pela Justiça a pagar mais de R$ 500 mil ao casal de atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. A determinação judicial decorre de postagens racistas feitas por McCarthy em 2017, direcionadas ao casal e à filha deles, Titi, adotada na África.
Inicialmente, a indenização fixada por danos morais era de R$ 180 mil, mas o valor foi atualizado com juros e correção monetária, ultrapassando meio milhão de reais. A socialite, no entanto, não cumpriu a ordem judicial, e sua localização passou a ser considerada incerta pelas autoridades.
Na sentença proferida em fevereiro de 2024, o juiz Leonardo Grandmasson, da 32ª Vara Cível, afirmou que as postagens eram “inaceitáveis” e que seu conteúdo não deveria sequer ser reproduzido na decisão, por serem “absolutamente abomináveis”.
O caso teve início em 2017, quando McCarthy publicou um vídeo nas redes sociais com ofensas racistas à menina, que havia sido recentemente adotada por Bruno e Giovanna. A repercussão foi imediata, e os pais da criança levaram o caso à Justiça.
Após sete anos de tramitação judicial, a condenação se tornou um marco no combate ao racismo no Brasil. Day McCarthy recebeu a maior pena já aplicada em um caso do tipo: oito anos e nove meses de prisão em regime fechado.
Em nota, os atores celebraram a decisão:
“Essa é a primeira vez que, em resposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa a prisão em regime fechado. Sim, estamos em 2024 e essa ainda é a primeira vez. Apesar de tardio, é histórico. O direito criminal diz que pouco pode ser feito pela reversão da pena, no máximo sua redução. E assim esperamos e seguiremos confiantes na justiça, pois há anos estamos lutando por entendermos que esta vitória não é nossa, mas da nossa filha, coletiva e de toda uma comunidade.”