O Resgate do Corpo de Juliana Marins no Monte Rinjani: Uma Operação Dramática em Meio ao Desespero
Após quatro dias de angústia, orações e buscas intensas, o corpo da brasileira Juliana de Souza Pereira Marins, de 26 anos, foi finalmente resgatado nas encostas do vulcão Monte Rinjani, na Indonésia. A jovem, que realizava um mochilão pela Ásia, havia sofrido uma queda durante uma trilha e ficou presa em um local de acesso extremamente difícil. A operação de resgate, marcada por obstáculos naturais e pela comoção internacional, terminou de forma trágica, mas trouxe algum alívio à família e aos amigos que buscavam respostas.
Queda e Localização
O acidente ocorreu no último sábado, 21 de junho, quando Juliana, visivelmente exausta, pediu para descansar durante a subida ao topo do Monte Rinjani, um dos destinos mais desafiadores da Indonésia. Minutos depois, a jovem despencou por uma encosta com estimados 300 a 600 metros de profundidade. Apesar da gravidade do local, drones utilizados pelas equipes de resgate conseguiram localizar seu corpo ainda no fim de semana, mas o terreno íngreme e as más condições climáticas impediram o acesso imediato.
Veja o vídeo:
Os Desafios do Resgate
O processo de resgate envolveu a atuação de três equipes especializadas em salvamento em áreas de difícil acesso. As equipes enfrentaram neblina espessa, chuvas, frio intenso e trilhas escorregadias. A tentativa de envio de helicóptero foi descartada diante da baixa visibilidade. A alternativa foi a subida a pé, com cordas, mochilas e equipamento técnico.
Na madrugada de terça-feira (25), por volta das 6h da manhã no horário local, os socorristas iniciaram a delicada operação de içamento do corpo. Em uma maca, Juliana foi erguida lentamente por cerca de 600 metros, num trabalho que levou mais de sete horas. Ao alcançar o ponto de apoio em Pelawangan, o corpo seguiu por trilha até a base da montanha, de onde foi transportado para o hospital Bhayangkara, em Mataram.
Revolta e Tristeza
A família de Juliana, que viajou à Indonésia em busca de respostas, demonstrou profunda indignação com o andamento do resgate. Nas redes sociais, parentes contestaram relatos da mídia local que falavam em suprimentos enviados à jovem ou de que ela teria sobrevivido por dias antes de morrer. “Nada foi entregue. Juliana morreu esperando por socorro”, disse um dos familiares.
A mãe, visivelmente abalada, chegou a declarar que a filha poderia ter sido salva se o resgate tivesse sido realizado com mais agilidade. A situação gerou debate sobre as condições de segurança oferecidas aos turistas nas trilhas da região e sobre a responsabilidade dos guias e autoridades locais.
Uma Despedida Marcada por Coragem
Juliana Marins era publicitária, natural do Rio de Janeiro, e sonhava em conhecer o mundo. Descrita por amigos como alegre, determinada e apaixonada pela vida, sua história comoveu o Brasil e ecoou em toda a imprensa internacional. Sua última viagem, porém, terminou de maneira cruel e dolorosa.
O resgate do corpo não apagou a dor, mas permitiu à família se despedir e iniciar o luto com dignidade. A tragédia de Juliana também deixa um alerta: é preciso reforçar os protocolos de segurança, treinar guias e garantir que turistas não enfrentem situações de risco sem o suporte necessário.