Antes de falecer, astro de A Viagem esnobou novela da Globo e revelou motivo: “Não queria”
O ator Cláudio Cavalcanti, um dos nomes mais respeitados da televisão brasileira, marcou gerações com sua sensibilidade e talento. Imortalizado como o Dr. Alberto na novela A Viagem, ele foi mais do que um personagem — tornou-se um símbolo de equilíbrio espiritual e sabedoria em uma trama que abordava temas profundos como a vida após a morte e o poder da fé.
Na produção da Globo, o personagem de Cavalcanti atuava como um elo entre os diferentes núcleos da história, oferecendo conselhos e conforto espiritual a quem enfrentava o luto e as incertezas da existência. Sua interpretação foi elogiada pela crítica e pelo público, que viram em seu olhar e voz uma serenidade rara, capaz de transmitir verdade e emoção.
Um artista de alma inquieta
Ao longo da carreira, Cláudio Cavalcanti mostrou-se um ator de múltiplas facetas. Além de atuar, foi diretor, dublador, político e um fervoroso defensor dos direitos dos animais. No entanto, nos últimos anos de vida, passou a adotar uma postura mais seletiva em relação aos convites da televisão.
Segundo pessoas próximas, o ator recusou participar de algumas produções da Globo por acreditar que muitos projetos haviam perdido o compromisso artístico e humanista que sempre norteou sua trajetória. Em uma de suas declarações, ele chegou a afirmar que “não queria fazer novelas apenas por fazer”, deixando claro que buscava papéis com significado e profundidade.
O legado de um galã com propósito
Cavalcanti ficou conhecido por seu estilo sereno e intelectual. Diferente de muitos galãs de sua época, ele preferia papéis que transmitissem mensagens e questionamentos, em vez de apenas glamour. Sua atuação em A Viagem é lembrada até hoje por tocar em temas espirituais com respeito e delicadeza — algo que se tornou raro na televisão contemporânea.
Além das câmeras, ele também teve uma carreira política ativa, atuando como vereador no Rio de Janeiro e lutando pela causa animal. Sua sensibilidade, que transparecia nos personagens, era também uma característica da sua vida pessoal.
Uma despedida precoce
Cláudio Cavalcanti faleceu em 2013, aos 73 anos, deixando uma lacuna difícil de preencher. Seu falecimento causou grande comoção entre colegas e fãs, que lembraram o ator não apenas como um ícone das novelas, mas como um homem comprometido com causas sociais, com a ética e com a arte feita com verdade.
Hoje, seu nome permanece como referência de talento e integridade no meio artístico. E sua recusa em aceitar certos papéis, longe de soar como arrogância, tornou-se um testemunho de sua coerência — a prova de que ele nunca abriu mão daquilo que acreditava: a arte como expressão da alma.