Atriz perde mobilidade após acidente, é dispensada da Globo e denuncia falta de oportunidades para pessoas com deficiência
A atriz Maria Joana, aos 36 anos, relatou em entrevista que, após sofrer um acidente e ficar temporariamente sem conseguir andar, perdeu um contrato com a TV Globo. Desde então, diz ter enfrentado grande dificuldade para retomar sua carreira em novelas. Ela aproveitou o momento para lamentar que o mundo artístico — e a sociedade em geral — ainda não ofereçam estrutura e oportunidades suficientes para pessoas com deficiência.
O que aconteceu
Durante sua participação no programa Super Dança dos Famosos, da Globo, Maria Joana sofreu um acidente que resultou em fratura na perna. Por conta da lesão, ficou dois meses impossibilitada de colocar o pé no chão, utilizando muletas até conseguir recuperar parte da mobilidade.
Esse episódio foi determinante. A atriz revelou que, devido ao afastamento causado pela lesão, perdeu o contrato que mantinha com a emissora e outros compromissos profissionais que já havia acertado antes do acidente.
O difícil retorno
Maria Joana descreve o mundo artístico como uma “bolha” difícil de penetrar novamente depois de uma ausência. Segundo ela, uma vez que alguém sai dessa bolha, retornar torna-se quase uma missão impossível. Isso, em parte, porque o espaço de atuação para quem tem limitações físicas ainda é bastante escasso.
A sensação de exclusão
Em suas palavras, a atriz disse que durante o processo percebeu como o ambiente que deveria acolher e dar visibilidade às diferenças é, muitas vezes, excludente. Ela afirmou que o mercado artístico e a estrutura social ainda não são verdadeiramente inclusivos para pessoas com deficiência.
Maria Joana lamentou que portadores de necessidades especiais enfrentem barreiras invisíveis, desde a seleção de elenco até as adaptações necessárias nas produções, que raramente são oferecidas.
Reflexão urgente
O relato de Maria Joana chama atenção para temas fundamentais:
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A fragilidade das carreiras artísticas — Uma lesão ou obstáculo de saúde pode interromper completamente trajetórias construídas com tanto esforço.
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A necessidade de inclusão real — Não basta apenas discursos ou leis: é preciso que o mercado cultural — televisivo, teatral, cinematográfico — ofereça adaptações, oportunidades e suporte para artistas com deficiência.
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A visibilidade como forma de mudança — Ao expor sua própria vivência, a atriz contribui para trazer à tona a urgência de uma transformação efetiva no meio artístico e na sociedade.
Mesmo diante da dor e dos desafios, é admirável que Maria Joana encontre força para denunciar uma realidade que muitos ainda preferem ignorar. Seu caso reforça a urgência de repensar padrões de acessibilidade, representatividade e empatia no mundo do entretenimento — para que ninguém seja deixado de fora por circunstâncias que fogem ao seu controle.