Capitão do Corpo de Bombeiros se manifesta após localização do corpo de Arthur em Tibagi
Oficial explica por que o menino pode não ter sido encontrado antes e detalha pontos técnicos das buscas no Rio Tibagi.
A cidade de Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná, amanheceu em luto e cheia de perguntas. Após dias de varreduras por terra, água e ar, o corpo do pequeno Arthur da Rosa Carneiro, de 2 anos, foi localizado às margens do Rio Tibagi. Em pronunciamento à imprensa, o capitão Marcelo Ribeiro, do Corpo de Bombeiros, trouxe esclarecimentos que ajudam a entender a dinâmica das buscas e o motivo de o corpo só ter sido avistado agora.
O que disse o Capitão Marcelo Ribeiro
Segundo o oficial, Arthur estava preso em galhos caídos na margem do rio — um cenário que dificulta a visualização inclusive por recursos como sonar e varredura superficial. Ele reforçou que, em rios com correnteza, redemoinhos e obstáculos naturais, é possível que um corpo permaneça submerso por um período antes de emergir.
“Possivelmente ele estava atrás ou embaixo desses galhos. Quando o corpo entra em decomposição, ocorre liberação de gases que faz com que ele boie”, explicou o capitão, destacando que condições hidrológicas e obstruções podem atrasar o encontro.
Linha do tempo resumida
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Quinta-feira (9) — registro do desaparecimento e início das buscas; equipes se mobilizam com mergulhadores e cães.
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Dias seguintes — varreduras intensas no leito e nas margens; um objeto infantil é encontrado próximo ao rio e passa a orientar o perímetro de busca.
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Terça-feira (14) — um pescador avista um corpo entre galhos na margem; bombeiros e perícia são acionados; área é isolada.
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Quarta/Quinta (15) — Corpo de Bombeiros e Polícia Civil detalham procedimentos e orientam sobre os próximos passos da investigação.
Por que o corpo pode não ter sido visto antes
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Obstáculos naturais: troncos, raízes e galhadas criam bolsões e “sombras” para equipamentos.
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Hidrodinâmica do rio: redemoinhos e correntezas movem objetos de volta às margens ou os mantêm retidos.
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Fase de flutuação: até ocorrer emergência por gases, o corpo pode permanecer submerso e invisível à distância.
Próximos passos da investigação
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Perícia e laudo: o IML deverá indicar causa e tempo provável da morte.
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Reconstituição: cruzamento de depoimentos, imagens e achados de campo para reconstruir o trajeto final.
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Relatórios técnicos: Corpo de Bombeiros deve consolidar mapas de varredura e condições do rio durante as buscas.
O impacto na comunidade
Tibagi mobilizou voluntários, doações de mantimentos e correntes de oração desde o primeiro dia. A confirmação do desfecho gerou comoção e, ao mesmo tempo, um desejo coletivo por respostas claras. As falas do capitão oferecem contexto técnico e ajudam a evitar especulações, lembrando que buscas em ambiente aquático são complexas e imprevisíveis.
Perguntas e respostas rápidas
Por que as buscas demoraram tantos dias?
Porque ambiente de rio é dinâmico e, com galhadas e redemoinhos, o corpo pode ficar preso e submerso até emergir.
Equipamentos como sonar não resolvem?
Ajudam, mas não são infalíveis. Obstáculos e a morfologia do leito criam áreas de sombra que podem esconder objetos.
O que ainda falta saber?
O laudo do IML e a apuração policial trarão respostas sobre causa, horário provável e circunstâncias da morte.
Em respeito à família
Este texto evita especulações e se baseia em explicações técnicas do Corpo de Bombeiros. A comunidade segue em luto pela perda de Arthur e aguarda os laudos e relatórios oficiais.