Tati Machado quebra o silêncio e compartilha relato emocionante sobre a perda do filho Rael
Na segunda-feira (2), a apresentadora Tati Machado emocionou milhares de seguidores ao se pronunciar publicamente pela primeira vez sobre a perda de seu filho, Rael, ocorrida na 33ª semana de gestação. Em um texto delicado e intenso, publicado nas redes sociais, Tati deu voz à dor da maternidade interrompida e ao processo de ressignificação diante de uma das experiências mais difíceis de sua vida.
Rael era o primeiro filho do casal, fruto do relacionamento com o cineasta Bruno Monteiro. Desde o anúncio da gestação, a apresentadora compartilhava com alegria os momentos da espera pelo bebê, que já era intensamente amado e esperado por familiares, amigos e fãs.
O momento da perda
A gestação caminhava bem até o dia em que Tati notou a ausência dos movimentos de Rael. Preocupada, procurou atendimento médico. Foi nesse momento que recebeu a notícia mais difícil de sua vida: o coração do bebê havia parado. A informação foi posteriormente confirmada pela assessoria da apresentadora, que afirmou que as causas ainda estão sendo investigadas.
O impacto foi devastador. Em seu depoimento, Tati descreve a sensação de um “corte seco da vida”, uma interrupção brusca da realidade feliz que ela vinha construindo nos últimos meses. “Tudo dói, tudo!”, escreveu, evidenciando o quanto a dor do luto perinatal é intensa e silenciosa — especialmente quando se trata de um bebê que ainda não nasceu, mas que já tinha espaço garantido no mundo e no coração de seus pais.
O parto e a despedida
Em um dos trechos mais tocantes do texto, Tati compartilhou como foram os últimos momentos com Rael. Ao lado de Bruno, ela viveu um trabalho de parto marcado não pela alegria da chegada, mas pela despedida de alguém que ela nunca imaginou perder. “Entre uma contração e outra, se olhava e dizia que conseguiríamos juntos ressignificar aquilo tudo. E conseguimos”, escreveu, referindo-se ao apoio mútuo entre ela e o marido no momento mais vulnerável de suas vidas.
Ela também lembrou que, embora breve, o encontro com o filho foi carregado de amor. “Foi o primeiro encontro mais cheio de amor que eu poderia desejar naquele momento.”
A presença que ficou
Em suas palavras, Rael é descrito como “a mistura perfeita de Tati e Bruno”, um ser muito amado que já fazia parte da vida da família mesmo antes de nascer. “Quem me acompanha sabe que Rael já existia antes de nascer”, declarou. A apresentadora reforçou o quanto aquele bebê era esperado, planejado e sentido, e como sua ausência deixou um vazio imenso.
Apesar da dor, Tati demonstra força ao afirmar que deseja transformar o luto em ação, em apoio a outras mães e famílias que enfrentam tragédias parecidas. “Quero que nosso luto vire luta”, escreveu, revelando um compromisso com o acolhimento coletivo e a quebra do silêncio sobre temas tão delicados.
Reflexões sobre a dor e a transformação
O texto de Tati Machado não é apenas um desabafo: é também uma profunda reflexão sobre a imprevisibilidade da vida, sobre a dor que não tem nome, e sobre como o amor por um filho pode continuar existindo mesmo quando a vida é interrompida.
“Levo no coração uma ferida acesa, daquelas inexplicáveis mesmo. Com ela trago perguntas, muitas por sinal. E de resposta: o silêncio. O mistério da vida.” Ela afirma que jamais será a mesma pessoa, pois a dor alterou sua maneira de ver o mundo. “Dói pra respirar e dói pra viver. Eu acordo e tudo de novo. Isso quando durmo.”
Ainda assim, ela resgata em meio ao sofrimento o compromisso de honrar a vida do filho com sua própria existência:
“Eu prometo pelo meu filho que vou honrá-lo em cada dia que eu respirar.”
Rede de apoio e solidariedade
Tati e Bruno também agradeceram, com muita emoção, o apoio recebido. Foram centenas de mensagens, orações, relatos e demonstrações de carinho vindas de pessoas de todas as partes do país. Segundo ela, essa corrente de solidariedade ajudou o casal a atravessar os primeiros dias de luto.
“Vimos toda corrente de amor que vocês emanaram pra gente”, escreveu, ressaltando a importância de ouvir histórias semelhantes, de outras famílias que também viveram perdas gestacionais ou neonatais.
Essa troca, segundo Tati, deu mais sentido à dor. Ao escutar outros relatos, ela sentiu que não estava sozinha e reforçou a importância de falar sobre o assunto, romper tabus e criar espaços de escuta e empatia.
Uma nova forma de existir
O relato de Tati Machado vai além de uma experiência pessoal: ele toca em temas universais como a fragilidade da vida, o impacto da perda, e a possibilidade de encontrar sentido mesmo na dor mais profunda. É também um lembrete do quanto é importante respeitar o tempo do luto e valorizar cada gesto de empatia.
Rael vive, agora, na memória dos pais, nos sonhos que foram interrompidos, e na força de uma mulher que, mesmo despedaçada, decidiu transformar sua perda em acolhimento. Com sua vulnerabilidade, Tati oferece a outras mães e pais enlutados algo raro: a certeza de que a dor compartilhada se torna mais leve, e que o silêncio pode ser quebrado com palavras de amor e coragem.