Viúva do doador de Faustão denuncia omissão e relembra a dor da perda: história segue comovendo até hoje
A história do apresentador Fausto Silva, o Faustão, e do seu doador de coração, Fábio Cordeiro da Silva, ainda ecoa com força no Brasil. Dois anos após a polêmica envolvendo a morte do jovem trabalhador e atleta amador, a comoção e as perguntas permanecem.
Enquanto Faustão segue enfrentando novos desafios de saúde em 2025, a viúva de Fábio, Jaqueline, ainda luta para que a memória do marido não seja esquecida. Sua denúncia sobre uma possível omissão de socorro levantou questionamentos que nunca foram totalmente respondidos.
Quem foi Fábio Cordeiro da Silva
Fábio tinha apenas 35 anos. Trabalhava como azulejista no litoral de São Paulo, sonhava em ser pai e gostava de jogar futebol amador — onde era conhecido pelo apelido de “Esquerdinha”. Amigos relatam que ele era alegre, vaidoso, cheio de planos para a vida, e cogitava se mudar para Florianópolis em busca de novas oportunidades.
Tudo mudou em agosto de 2023, quando Fábio sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) enquanto trabalhava em uma obra em Santos. Foi encontrado desacordado apenas no dia seguinte e, após dias de luta no hospital, teve a morte encefálica confirmada. Seus órgãos ajudaram a salvar cerca de 20 vidas, entre elas a de Faustão.
A denúncia de omissão feita pela viúva
Em entrevistas emocionadas, Jaqueline afirmou que o marido poderia ter sobrevivido caso tivesse recebido socorro imediato:
“Foi omissão de socorro… como uma pessoa que trabalha em um prédio com porteiro, em horário de expediente, e ninguém faz nada?”
Para ela, a demora em prestar atendimento foi determinante para o desfecho trágico. O caso gerou revolta, mas até hoje não houve investigações públicas ou processos divulgados que responsabilizassem alguém pela suposta negligência.
O agradecimento público de Faustão
Apesar da lei brasileira exigir sigilo entre doador e receptor, Faustão quebrou o protocolo ao agradecer nominalmente à família de Fábio. Ele fez questão de mencionar o pai do doador, José Pereira da Silva, em um vídeo que emocionou milhões de brasileiros.
“Só tenho que agradecer ao José e a toda a família pela generosidade. Eu estou vivo graças a esse gesto de amor.”
O gesto trouxe consolo para alguns familiares, mas também alimentou a exposição da viúva, que passou a conviver com a dor ao lado de boatos e fake news.
Fake news e especulações
Após o transplante, surgiram teorias conspiratórias nas redes sociais alegando que Fábio teria sido morto de propósito para salvar Faustão. A checagem de veículos como UOL Confere desmentiu as informações, apontando que as imagens compartilhadas eram falsas e que a causa da morte foi confirmada como infarto cerebral não especificado.
Ainda assim, a viúva sempre manteve sua posição firme: o que aconteceu foi omissão de socorro, não conspiração, e ela queria apenas justiça e respeito pela memória do marido.
O estado de saúde de Faustão em 2025
Depois do transplante de coração em 2023, Faustão passou por outros procedimentos delicados: transplante de fígado e de rim em 2025. Atualmente, segue em acompanhamento médico intensivo, mas sua recuperação tem sido considerada estável.
O apresentador sempre destacou que deve a sua vida à família de Fábio. Em diversas entrevistas, reforçou o quanto a doação de órgãos é um gesto de amor e apelou para que mais brasileiros se tornem doadores.
Dois anos depois: o que fica dessa história?
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Para a família de Fábio, permanece a dor da perda e a sensação de injustiça.
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Para Faustão, a chance de seguir vivo e lutar contra novos desafios de saúde.
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Para a sociedade, o lembrete da importância da doação de órgãos e da necessidade de atendimento rápido em emergências médicas.
Ainda que não tenha havido novos desdobramentos judiciais, a fala de Jaqueline segue marcando a memória coletiva: “foi omissão de socorro”.
Reflexão final
O encontro inesperado entre as histórias de um jovem trabalhador e de um dos maiores comunicadores do Brasil escancara duas realidades: a fragilidade da vida e a grandeza da solidariedade.
Se por um lado a denúncia da viúva clama por respostas, por outro, o gesto de doar trouxe esperança para muitas famílias. Dois anos depois, a mensagem que permanece é clara: doar órgãos salva vidas — mas prevenir tragédias exige atenção, responsabilidade e humanidade.